sábado, 19 de maio de 2012

Saiba mais sobre a História da Sociologia brasileira


Confira algumas características da História da Sociologia brasileira




Teste seus conhecimentos sobre a Sociologia brasilieira
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1. (Unicentro 2012)  O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. [...]
Entretanto, toda essa aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida, operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se. Empertiga-se, estadeando novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto; e a cabeça firma-se lhe, alta, sobre os ombros possantes aclarada pelo olhar desassombrado e forte; e corrigem-se-lhe, prestes, numa descarga nervosa instantânea, todos os efeitos do relaxamento habitual dos órgãos; e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias.

CUNHA, Euclides. Os Sertões: campanha de Canudos. 2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. Adaptado.

Sobre a obra da qual foi extraído o fragmento em evidência, muito conhecida pela análise histórica que faz sobre a Guerra de Canudos (1897), mas que realiza um grande exame sobre a terra e o homem do Nordeste, através de uma ótica permeada pelo positivismo, é correto afirmar:
a) Tratou da relação entre o privado e o público como uma peculiaridade do modo de ser brasileiro.  
b) Fez, nesse trecho, uma alusão à obra de Sérgio Buarque de Holanda — “Raízes do Brasil”.  
c) Analisou a unidade nacional, baseando-se em diferenças regionais, culturais e éticas.  
d) Enfatizou a miscigenação como uma novidade cultural da colonização portuguesa.  
e) Construiu um perfil psicológico do brasileiro baseado na força dos sertanejos.  
 
2. (Uel 2011)  Leia o texto a seguir.

            Na verdade, a ideologia impessoal do liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós. Só assimilamos efetivamente esses princípios até onde coincidiram com a negação pura e simples de uma autoridade incômoda, confirmando nosso instintivo horror às hierarquias e permitindo tratar com familiaridade os governantes.

(HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 160.)

O trecho de Raízes do Brasil ilustra a interpretação de Sérgio Buarque de Holanda sobre a tradição política brasileira.
A esse respeito, considere as afirmativas a seguir.
I. As mudanças políticas no Brasil ocorreram conservando elementos patrimonialistas e paternalistas que dificultam a consolidação democrática.
II. A política brasileira é tradicionalmente voltada para a recusa das relações hierárquicas, as quais são incompatíveis com regimes democráticos.
III. As relações pessoais entre governantes e governados inviabilizaram a instauração do fenômeno democrático no país com a mesma solidez verificada nas nações que adotaram o liberalismo clássico.
IV. A cordialidade, princípio da democracia, possibilitou que se enraizassem, no país, práticas sociais opostas aos princípios do clientelismo político.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.  
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.  
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.  
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.  
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.  
 
3. (Uem 2011)  “O quadro familiar torna-se, assim, tão poderoso e exigente, que sua sombra persegue os indivíduos mesmo fora do recinto doméstico. A entidade privada precede sempre, neles, a entidade pública. A nostalgia dessa organização compacta, única e intransferível, onde prevalecem necessariamente as preferências fundadas em laços afetivos, não podia deixar de marcar nossa sociedade, nossa vida pública, todas as nossas atividades. Representando, como já se notou acima, o único setor onde o princípio de autoridade é indisputado, a família colonial fornecia a ideia mais normal de poder, da respeitabilidade, da obediência e da coesão entre os homens. O resultado era predominarem, em toda a vida social, sentimentos próprios à comunidade doméstica, naturalmente particularista e antipolítica, uma invasão do público pelo privado, do Estado pela família.”

HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992, p. 50.

Considerando o texto acima e o tema instituições sociais, assinale o que for correto.
01) O texto trata das relações que os indivíduos estabelecem com uma instituição social específica, o Estado.  
02) No processo de formação da sociedade brasileira, os interesses privados interferem na conduta pública dos indivíduos.  
04) No Brasil, a comunidade doméstica promoveu um equilíbrio entre os interesses coletivos e privados, revelando sua ação em defesa do que é público.  
08) O autor define que a família colonial é uma organização compacta, única e intransferível, que exerceu profunda influência na formação social e cultural brasileira.  
16) O Estado brasileiro manteve-se livre dos particularismos, das visões antipolíticas e dos interesses privados.  
 
4. (Unicentro 2011)  No Brasil, o pensamento sociológico se desenvolve a partir da década 30, do século passado, com a fundação da Universidade de São Paulo e o crescimento da produção científica.
Sobre o desenvolvimento dessa ciência no Brasil, no século XX, é correto afirmar:
a) Os sociólogos desse período buscavam descrever o país por meio de estudos naturalistas.  
b) Os grandes nomes desse período foram Euclides da Cunha, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.  
c) As duas preocupações dos sociólogos eram a aculturação indígena e a modernização do sistema político brasileiro.  
d) A orientação das análises sociológicas estava voltada para as discussões mundiais ditadas por países, como França e Inglaterra.  
e) O interesse dos intelectuais desse período estava voltado para o conhecimento do Brasil real, do povo, em oposição às análises etnocêntricas anteriores.  
 
5. (Unicentro 2011)  Autor brasileiro que entendia a construção do Brasil como a fusão de raças, regiões, culturas e grupos sociais decorrentes da formação colonial, em que os negros e mestiços teriam papel fundamental na formação da identidade cultural do povo. Essa referência identifica
a) Gilberto Freyre.  
b) Caio Prado Júnior.  
c) Florestan Fernandes.  
d) Fernando de Azevedo.  
e) Sérgio Buarque de Holanda.  
 
6. (Uerj 2011)  Chiclete com banana

Eu só ponho bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
(...)

            GORDURINHA E ALMIRA CASTILHO
            Coleção Folha Raízes da MPB, nº 15

No final da década de 1950, a sociedade brasileira passava por transformações marcantes em diferentes áreas.
A letra da canção “Chiclete com banana” enfoca o seguinte elemento da conjuntura desse momento:
a) difusão da cultura estrangeira  
b) diversificação da identidade étnica  
c) valorização da pluralidade artística  
d) expansão da dependência econômica  
 
7. (Unicentro 2011)  No Brasil, as primeiras análises sociológicas, nas primeiras décadas do século XX, buscavam equacionar duas problemáticas centrais: a formação do Estado nacional brasileiro e a questão da identidade nacional. Sobre essas análises sociológicas no Brasil e seus representantes, é correto afirmar:
a) Plínio Salgado, na sua obra Nosso Brasil, retoma a tese de uma unidade nacional baseada em diferenças regionais, culturais e éticas.  
b) Euclides da Cunha, em Os Sertões, afirmou que o brasileiro tem como fundamento social a cordialidade.  
c) Caio Prado Júnior, em Formação do Brasil Contemporâneo, construiu um perfil psicológico do brasileiro baseado na força dos sertanejos.  
d) Sergio Buarque de Holanda, em sua obra Raízes do Brasil, de 1936, analisou a formação do Estado brasileiro.  
e) Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, enfatizou a miscigenação, novidade cultural da colonização portuguesa.  
 
8. (Uel 2011)  Na primeira metade do século XX, o desenvolvimento social brasileiro foi marcado por intensos debates a respeito do processo de modernização do País.

De acordo com esses debates:
I. O País era apresentado, por algumas correntes de pensamento, como sendo de vocação agrícola.
II. O desenvolvimento social e econômico do País passaria, necessariamente, pela modernização do campo.
III. O atraso brasileiro decorria de sua origem feudal, aqui reproduzida mediante a relação entre senhor e escravo.
IV. A expansão da economia capitalista no campo seria fundamental para eliminar os focos de pobreza e os movimentos sociais de caráter agrário.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.  
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.  
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.  
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.  
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.  
 
9. (Unioeste 2011)  “Na segunda metade do século XX, a tendência à superação das ideias racistas permitiu que diferentes povos e culturas fossem percebidos a partir de suas especificidades. Grupos de negros pressionaram pela adoção de medidas legais que garantissem a eles igualdade de condições e combatessem a segregação racial. Chegamos então ao ponto em que nos encontramos, tendo que tirar o atraso de décadas de descaso por assuntos referentes à África”.

Marina de Mello e Souza. A descoberta da África. RHBN, ano 4, n. 38, novembro de 2008, p.72-75.

A partir deste texto e do conhecimento da sociologia a respeito da questão racial em nosso país, é possível afirma que
a) autores como Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, entre outros tantos autores, são importantes por chamarem a atenção do país para o papel dos negros na construção do Brasil e da brasilidade, e as formas de exclusão explícitas e implícitas que sofreram.  
b) apesar de relevante a luta contra o preconceito racial, o estudo da África só diria respeito ao conhecimento do passado, do período do Descobrimento do Brasil até a abolição da escravidão entre nós.  
c) estudar a África só nos indicaria a captura e a escravidão de diferentes povos africanos, tendo em vista que raça e o racismo são categorias ideológicas as quais servem para encobrir as fortes tensões sociais existentes entre a imensa classe de pobres e o seu oposto a dos ricos.  
d) a autora quer dizer que devemos hoje operar cada vez mais com categorias tais como a especificidade da raça negra, da raça branca, da raça amarela e outras mais.  
e) nenhuma das alternativas está correta.  
 
10. (Uenp 2010)  No Brasil, podemos distinguir nitidamente, na evolução da Sociologia, dois períodos bem  configurados (1880-1930 e depois de 1940), com uma importante fase intermédia de transição (1930-1940).

Fragmento do texto A sociologia no Brasil de Antonio Cândido. Enciclopédia Delta-Larousse, 1959.

Sobre o pensamento sociológico brasileiro, analise as afirmações abaixo.

I. A sociologia, no Brasil, se desenvolve a partir do pensamento de juristas que ocuparam um papel fundamental no século XVIII, principalmente o de definir um modelo de Estado e interpretar as relações entre vida econômica e estrutura política.
II. A sociologia brasileira recebeu influências da biologia, principalmente do evolucionismo, desenvolvendo uma espécie de obsessão por fatores naturais e uma preocupação com as fases históricas.
III. Diferente da sociologia europeia, a brasileira não se interessou pelos estudos raciais.

São corretas as afirmativas:
a) apenas I e II  
b) apenas I e III  
c) apenas II e III  
d) Todas  
e) Nenhuma  
 
11. (Unioeste 2010)  Tendo por base o texto abaixo, do antropologo brasileiro Darcy Ribeiro, assinale o(s) item(s) que melhor corresponde(m) as suas ideias.

“Nessa confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo (...), num novo modelo de estruturação societária. Novo porque surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais dela oriundos. Também novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo gênero humano diferente de quantos existem (...)”

“A confluência de tantas e tão variadas matrizes formadoras poderia ter resultado numa sociedade multiétnica, dilacerada pela oposição de componentes diferenciados e imiscíveis. Ocorreu justamente o contrário, uma vez que, apesar de sobreviverem na fisionomia somática e no espírito dos brasileiros os signos de sua múltipla ancestralidade, não se diferenciaram em antagônicas minorias raciais, culturais ou regionais, vinculadas a lealdades étnicas próprias e disputantes de autonomia frente à nação”

(RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, 19-20 [1995]).

I. O Brasil é um país fundamentalmente multicultural, evidenciando-se no cotidiano o antagonismo entre os diferentes povos que migraram para cá e os povos nativos.
II. O povo brasileiro na realidade é uma ficção, pois sob a aparência de um apaziguamento de etnias e culturas diferentes, o que se tem são etnias minoritárias em luta para sobreviverem.
III. A teoria da miscigenação, que o autor compõe, expressa que, apesar dos vários e acentuados embates que as diferentes etnias experimentaram, surgiu uma nova realidade cultural, na qual as culturas e povos foram misturados de forma única e inseparável, originando os atuais brasileiros.
IV. Quaisquer das práticas de distinção entre os brasileiros, seja por “raça”, “regionalismo”, “origem”, bem como práticas como ações afirmativas para grupos étnicos minoritários, corresponderiam às características próprias do modo de ser do povo brasileiro.
V. O povo brasileiro, em seus tipos regionais, expressaria modos de ser que têm suas raízes no encontro de índios, negros e brancos, e, posteriormente, nas novas etnias migrantes, sem contudo perder a sua unidade e especificidade ou deixar de ser uma única gente.

Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.  
b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.  
c) Apenas as afirmativas III e V estão corretas.  
d) Apenas a afirmativa IV está correta.  
e) Todas as afirmativas estão corretas.  
 
12. (Unioeste 2010)  Observando o parágrafo abaixo e as afirmações que se seguem, seria correto dizer que

Em Casa Grande & Senzala Gilberto Freyre refuta as teses que atribuem o “atraso” da sociedade brasileira à miscigenação, o que é por muitos considerado um ponto de vista inovador.

I. Suas concepções podem assim mesmo ser consideradas conservadoras por enfatizar a harmonia das relações entre as etnias constitutivas da sociedade brasileiras, sobretudo entre brancos e negros.
II.Freyre faz, no livro citado acima, um elogio à colonização portuguesa no Brasil. Decorrem desse fato as críticas que recebe por parte daqueles que vêm justamente no tipo de colonização que tivemos a origem do atraso nacional.
III. Adotando pontos de vista e procedimentos muito distintos em relação aos de Freyre, Florestan Fernandes foi um dos autores que, na busca de explicações para aspectos da sociedade brasileira, enfatizou muito mais as mudanças sociais do que equilíbrio.
IV. O principal ponto de convergência entre Freyre e Florestan é que com a progressiva industrialização da sociedade brasileira os negros não ocupam, necessariamente, um lugar marginal.
a) Todas as afirmativas estão corretas.  
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.  
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.  
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.  
e) Apenas a afirmativa I está correta.   
 
13. (Uem 2009)  Sobre a formação das classes sociais no Brasil, no período de transição do trabalho escravo para o livre, assinale o que for correto.
01) A produção do café para exportação contou com o emprego de uma mão de obra livre, a dos colonos, mas não necessariamente assalariada.  
02) A expansão da cafeicultura estimulou o crescimento de cidades como São Paulo, que demandavam alimentos ofertados, principalmente, pelas lavouras dos colonos, trabalhadores livres que, paulatinamente, substituíram o trabalho escravo.  
04) Durante o período em que vigorou a escravidão, o mercado consumidor de produtos localmente manufaturados era grande, tornando possível identificar uma produção industrial intensa e, portanto, uma classe operária constituída.   
08) Nos cafezais em formação, o colono tinha permissão para cultivar alimentos entre os pés de café, sendo essa prática uma das principais características do regime de colonato, um estágio tido como transitório pelo colono e por sua família.  
16) A construção acelerada das estradas de ferro nas últimas décadas do século XIX, a elevação de tarifas aduaneiras e a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre foram medidas que inviabilizaram um modelo de desenvolvimento econômico que conduziria à consolidação de duas classes sociais no Brasil: a burguesia e o proletariado.  
 
14. (Unioeste 2009)  Leia o texto a seguir:

“O coronel, antes de ser um líder político, é um líder econômico, não necessariamente, como se diz sempre, o fazendeiro que manda nos seus agregados, empregados ou dependentes. O vínculo não obedece a linhas tão simples, que se traduziriam no mero prolongamento do poder privado na ordem pública. Segundo esse esquema, o homem rico – o rico por excelência, na sociedade agrária, o fazendeiro, dono da terra – exerce poder político, num mecanismo em que o governo será o reflexo do patrimônio pessoal.”

(FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro. Vol. 2, SP:
Globo, 2000, p. 242).

Com base no texto de Faoro assinale a alternativa que não corresponde aos fenômenos políticos referenciados acima.
a) Relaciona-se ao coronelismo, fenômeno típico da República Velha, que se manifesta na troca de proveitos entre o chefe político local e o governo estadual.  
b) Relaciona-se ao patrimonialismo, que se amplia nos municípios com o uso indevido do poder público para fins particulares. Nesse caso, não há distinção entre o que é público e o que é privado.  
c) Relaciona-se ao mandonismo, característica da política tradicional, que se refere à existência de estruturas oligárquicas e personalizadas de poder.  
d) Relaciona-se ao clientelismo, fenômeno que perpassa toda a história política do Brasil, que indica um tipo de relação entre atores políticos e sociais envolvendo a concessão de benefícios públicos em troca de apoio político, sobretudo na forma de voto.  
e) Trata-se do nepotismo, fenômeno político que caracteriza-se pela contratação de parentes em cargos públicos, e que recentemente (agosto/2008) foi proibido pelo Supremo Tribunal Federal nos três poderes.  
 
15. (Unioeste 2009)  Desde o surgimento das Ciências Sociais (antropologia, política e sociologia) no Brasil, autores como: Gilberto Freyre (Casa Grande & Senzala), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Florestan Fernandes (A organização social dos Tupinambá), Darcy Ribeiro (O povo brasileiro), e vários outros, pensaram e estudaram o Brasil e o ser brasileiro. Os principais temas abordados até os anos 1960 nestes estudos foram:

I. Mundo rural brasileiro e transformação do rural para urbano
II. Povos indígenas; população negra
III. Movimentos sociais e partidos políticos
IV. Migração; identidade nacional e religião
V. Participação popular e organizações não governamentais.

Assinale a alternativa que contém todas as alternativas corretas.
a) I, II e III.  
b) IV e V.   
c) I, II e IV.  
d) I, II, III e IV.  
e) III e V.  
 
16. (Uel 2008)  Analise a tabela a seguir:




Os dados sobre a pobreza e a indigência segundo a cor ilustram os argumentos dos estudos
a) de Gilberto Freyre sobre a natural integração dos negros na sociedade brasileira, que desenvolveu a democracia racial.  
b) de Caio Prado Junior sobre a formação igualitária da sociedade brasileira, que desenvolveu o liberalismo racial.  
c) de Sérgio Buarque de Holanda sobre a cordialidade entre as raças que formam a nação brasileira: os negros, os índios e os brancos.  
d) de Euclides da Cunha sobre a passividade do povo brasileiro, ordeiro e disciplinado, que desenvolveu a igualdade de oportunidades para todas as raças.  
e) de Florestan Fernandes sobre a não integração dos negros no mercado de trabalho cem anos após a abolição da escravidão.  
 
17. (Uel 2007)  Em relação ao processo de formação social no Brasil, o sociólogo Florestan Fernandes escreveu: “Lembremo-nos de que da vinda da Família Real, em 1808, da abertura dos portos e da Independência, à Abolição em 1888, à Proclamação da República e à “revolução liberal”, em 1930, decorrem 122 anos, um processo de longa duração, que atesta claramente como as coisas se passaram. Esse quadro sugere, desde logo, a resposta à pergunta: a quem beneficia a mudança social?”

Fonte: FERNANDES, F. As Mudanças Sociais no Brasil. In IANNI, Octavio (org) Florestan Fernandes: coleção grandes cientistas sociais. São Paulo: Ática, 1986, p. 155-156.

De acordo com o texto e os conhecimentos sobre o tema, em relação à indagação feita pelo autor, é correto afirmar que a mudança social beneficiou:
a) Fundamentalmente os trabalhadores, uma vez que as liberdades políticas e as novas formas de trabalho aumentaram a renda.  
b) Os grupos sociais que dispunham de capacidade econômica e poder político para absorver os efeitos construtivos das alterações ocorridas na estrutura social.  
c) A elite monárquica, pois ao monopolizar o poder político impediu que outros grupos sociais pudessem surgir e ter acesso aos efeitos construtivos das alterações na estrutura social.  
d) Os grupos sociais marginalizados ou excluídos, pois, em decorrência deste processo, passaram a fazer parte do processo produtivo.  
e) A população negra, uma vez que a alteração na estrutura da sociedade criou novas oportunidades de inserção social.  
 
18. (Uel 2007)  “No passado, quando se falava em redistribuição de renda, sempre se argumentava que os pobres, com o crescimento de sua renda, tenderiam a consumir mais e, portanto, a taxa de poupança cairia. Hoje, o paradoxo é que os ricos brasileiros é que têm uma altíssima propensão a consumir. A renda não se concentra para aumentar a taxa de poupança, e sim para aumentar o consumo dos mais ricos. É escandalosa a distância, no Brasil, entre o consumidor popular e o consumidor médio e rico.
Sem lugar a dúvida, essa defasagem é das maiores do mundo. Na Índia, os 20% mais ricos têm em média uma renda quatro vezes maior que a dos 20% mais pobres; no Brasil essa relação é de um para trinta e três vezes. Por outro lado, o abuso do consumo contamina as classes mais pobres, que gastam em produtos nem sempre necessários.”

Fonte: FURTADO, C.. Em Busca de Novo Modelo – reflexões sobre a crise contemporânea. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 2ª edição, p. 20.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre desigualdade social no Brasil, é correto afirmar que:
a) Na última década, o índice de desigualdade vem crescendo constantemente no Brasil.  
b) Na última década observa-se, no Brasil, um aumento constante da taxa de crescimento econômico impulsionado pelo aumento do índice de desigualdade.  
c) Apesar de permanecer entre os mais altos do mundo, nos últimos 15 anos observa-se, no Brasil, uma queda do índice de desigualdade.  
d) Nas duas últimas décadas o índice de desigualdade no Brasil permanece rigorosamente igual.   
e) Existe uma correlação estreita entre taxa de crescimento econômico e distribuição de riqueza.  
 
19. (Uel 2005)  “A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que imaginam na volta à tradição, a certa tradição, a única defesa possível contra nossa desordem. Os mandamentos e as ordenações que elaboraram esses eruditos são, em verdade, criações engenhosas de espírito, destacadas do mundo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa incapacidade de organização sólida não representam, a seu ver, mais do que uma ausência da única ordem que lhes parece necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierarquia que exaltam é que precisa de tal anarquia para se justificar e ganhar prestígio”.

(HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 33.)

Caio Prado Junior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são intelectuais da chamada “Geração de 30”, primeiro momento da sociologia no Brasil como atividade autônoma, voltada para o conhecimento sistemático e metódico da sociedade. Sobre as preocupações características dessa geração, considere as afirmativas a seguir.

I. Critica o processo de modernização e defende a preservação das raízes rurais como o caminho mais desejável para a ordem e o progresso da sociedade brasileira.
II. Promove a desmistificação da retórica liberal vigente e a denúncia da visão hierárquica e autoritária das elites brasileiras.
III. Exalta a produção intelectual erudita e escolástica dos bacharéis como instrumento de transformação social.
IV. Faz a defesa do cientificismo como instrumento de compreensão e explicação da sociedade brasileira.

Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.  
b) I e IV.  
c) II e IV.  
d) I, II e III.  
e) II, III e IV.  
 
20. (Ufu 1999)  "Calculo que o Brasil, no seu fazimento, gastou cerca de 12 milhões de negros, desgastados como a principal força de trabalho de tudo o que se produziu aqui e de tudo que aqui se edificou. Ao fim do período colonial, constituía uma das maiores massas negras do mundo moderno. Sua abolição, a mais tardia da história, foi a causa principal da queda do Império e da proclamação da República. Mas as classes dominantes reestruturaram eficazmente seu sistema de recrutamento da força de trabalho, substituindo a mão de obra escrava por imigrantes importados da Europa, cuja população se tornara excedente e exportável a baixo preço."

RIBEIRO, Darci. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995, p.220-221.

Considerando o texto acima, pode-se afirmar que

I. a escravidão foi a base de desenvolvimento econômico do Brasil, ao longo da colônia e do Império.
II. a escravidão teve papel importante na formação étnica do país.
III. o escravo contribuiu para moldar o trabalho e a sociedade no Brasil através de técnicas próprias, pelo seu modo de ser e cultura, pela culinária, pela dimensão religiosa, linguística e artística.
IV. do ponto de vista da diversidade étnico-cultural brasileira, o negro não sofre preconceito social.

Selecione a alternativa correta.
a) II, III e IV estão corretas.  
b) I e IV estão corretas.  
c) I, II e III estão corretas.  
d) III e IV estão corretas.  
 

Gabarito: 

Resposta da questão 1:
 [E]

A obra de Euclides da Cunha é famosa pela sua análise do sertanejo, pela originalidade que apresenta seu perfil psicológico e pela forma como ele enxerga a sociedade brasileira. Ainda que seja uma obra de grande relevância, ela geralmente não é considerada como obra sociológica (se comparada às obras de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, por exemplo) devido à presença marcante da ideologia racial, determinista e evolucionista e, também, ao seu caráter eminentemente literário. 

Resposta da questão 2:
 [B]

O modo com o qual a política brasileira se propõe é somente um dos obstáculos para a consolidação da democracia no Brasil. Holanda atenta para o problema da igualdade civil, onde os direitos fundamentais da pessoa humana e social devem ser pensados em âmbito político, proporcionando a viabilização da igualdade entre as pessoas. 

Resposta da questão 3:
 01 + 02 + 08 = 11.

No Brasil, somente 4% da população, que é muita rica, detém grande parte da concentração de renda e os outros 97% da população, independente da sua situação econômica, encontra-se longe da participação desta, o que torna cada vez mais o Brasil um país desigual, com interesses sociais distintos e o que agrava a distribuição de renda e piora ainda mais as condições favoráveis de sobrevivência. 

Resposta da questão 4:
 [E]

Os três grandes nomes da sociologia no período foram Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. Tais intelectuais foram particularmente importantes pelas contribuições que deram à compreensão da sociedade brasileira, sendo até hoje reconhecidos na formação do pensamento brasileiro. Posteriormente, autores como Antonio Candido e Florestan Fernandes também ganharam prestígio com temas correlatos. 

Resposta da questão 5:
 [A]

A ideia de “democracia racial” é comumente atribuída à Gilberto Freyre. Em sua obra, ele procura defender que o Brasil se constituiu como um empreendimento bem-sucedido. Para isso, ele faz uma abordagem culturalista da sociedade brasileira desde o período colonial. Ainda hoje as teses de Gilberto Freyre geram muitos debates e incompreensões (tanto daqueles que as criticam e daqueles que as defendem). Mas é fato que tal autor foi fundamental para pensar a cultura brasileira e para gerar uma identidade nacional. 

Resposta da questão 6:
 [A]

A letra da canção “Chiclete com Banana”, de forma jocosa, critica a circulação cada vez mais difusa de práticas estrangeiras na cultura brasileira, que junto com diversas sociedades da América do Sul, tornaram-se esferas de influência do governo norte-americano logo após ao término da Segunda Mundial. Ainda no caso brasileiro, tal influência do “modo americano de viver” (american way of life) manifestou-se não só nas relações comerciais e financeiras, bem como na presença de seus hábitos e valores do cotidiano. 

Resposta da questão 7:
 [E]

Somente a alternativa [E] faz uma relação correta entre o autor, a obra e seu conteúdo. Plínio Salgado não tem relevância como pensador a respeito da formação do Brasil. Euclides da Cunha é quem constrói um perfil psicológico do brasileiro baseado na força dos sertanejos. Caio Prado Júnior faz uma análise marxista baseada nas relações econômicas no Brasil. Sergio Buarque de Holanda, procurando compreender as raízes da nação, desenvolve a noção de cordialidade. Por fim, a análise de Gilberto Freyre é que enfatiza a miscigenação e a viabilidade da constituição da nação brasileira. 

Resposta da questão 8:
 [D]

E estes debatem ainda continuam. A partir da década de 60, o campo tornou-se objeto de grandes transformações, ao mesmo tempo em que o êxodo rural ocorreu, no entanto, mesmo vindo tardiamente. A vocação agrícola eleva a economia do país e beneficia inúmeras pessoas que dela dependem como produtores e consumidores. 

Resposta da questão 9:
 [D]

Somente a alternativa [D] está correta. O estudo da África passou a fazer sentido quando o racismo e as ideias de raça deixaram de fazer parte da linguagem científica, sendo considerados como mera construção ideológica. 

Resposta da questão 10:
 [A]

A sociologia brasileira carrega a herança tanto do positivismo quanto do evolucionismo. Além disso, sofreu grande influência do pensamento jurídico do início do século XX, uma vez que muitos dos primeiros sociólogos se formaram em Direito. Essas influências contribuíram, entre outras coisas, para que a questão racial tenha sido analisada como problema sociológico de relevância científica e social. 

Resposta da questão 11:
 [C]

Com uma boa leitura do texto é possível ao aluno responder de maneira correta à questão. Darcy Ribeiro defende o argumento de que, apesar de possuir tanto matrizes raciais quanto tradições culturais distintas, o Brasil se constituiu em um povo com uma cultura nova, sincrética e singularizada. Somente as afirmativas III e V estão de acordo com esse argumento. 

Resposta da questão 12:
 [A]

A comparação entre Gilberto Freyre e Florestan Fernandes exige do aluno um bom conhecimento a respeito da sociologia brasileira. Pode-se dizer que todas as afirmativas estão corretas. Tanto Gilberto Freyre quanto Florestan Fernandes buscaram compreender a inserção do negro na sociedade brasileira, ainda que por perspectivas bastante diversas. Vale ressaltar que a análise de Freyre é bem mais otimista que a de Fernandes. 

Resposta da questão 13:
 01 + 02 + 08 = 11.

Esta é uma questão bastante histórica. A alternativa [04] é falsa porque no período escravista, a sociedade brasileira era eminentemente rural, sendo, na análise de Gilberto Freyre, dividida entre a Casa-Grande e a Senzala, entre senhores e escravos. A classe operária só veio a se constituir durante o período da Primeira República. Já a afirmação [16] é falsa porque a relação é inversa. O processo de industrialização no Brasil permitiu (ao invés de inviabilizar) a constituição dessas duas classes sociais no país. 

Resposta da questão 14:
 [E]

Todas as alternativas dizem respeito a práticas políticas que relacionam a atividade política com a vida privada dos atores políticos. Entretanto, vale ressaltar que Raymundo Faoro está se referindo a uma prática típica da República Velha no Brasil, quando uma oligarquia econômica interferia diretamente nas ações políticas por meio de mecanismos, tais como o voto de cabresto, entre outros. Essas ações estão relacionadas tanto ao coronelismo, quanto ao patrimonialismo, o mandonismo e o clientelismo. A única relação que não se pode extrair do texto é uma relação de nepotismo. Os indícios são de ações que exercem poder e domínio sobre a população, e não por práticas administrativas de contratação de parentes. 

Resposta da questão 15:
 [C]

A questão faz uma abordagem geral a respeito da bibliografia produzida pelos autores apresentados na questão. Buscando compreender problemas enfrentados pela sociedade brasileira em geral e procurando definir no que consistia essa “brasilidade”, esses autores trabalharam com a transição do mundo rural para o urbano, com povos indígenas e população negra, com questões relacionadas à imigração, identidade nacional e religião. Somente as alternativas III e V não correspondem a temas abordados pelas Ciências Sociais no Brasil até 1960. Esses são temas mais recentes, que exigiram um desenvolvimento maior dessas para se tornarem objeto de estudo. 

Resposta da questão 16:
 [E]

A questão exige do estudante uma boa leitura da tabela e uma interpretação condizente com os dados apresentados a partir das teorias de grandes nomes da sociologia brasileira. A tabela mostra a diminuição da quantidade de pobres e de indigentes no Brasil entre os anos 1992 e 1999. Como se pode perceber, a diminuição da quantidade de pobres e indigentes brancos foi proporcionalmente mais acentuada que a dos afrodescendentes. Ou seja, os afrodescendentes tiveram mais dificuldade de sair da pobreza. Esta disparidade pode, sem grandes problemas, ser enquadrada na teoria de Florestan Fernandes sobre a (não) integração do negro na sociedade brasileira. 

Resposta da questão 17:
 [B]

A pergunta feita por Florestan Fernandes é retórica, dado que a resposta é percebida nas entrelinhas do texto: o processo de mudança social no Brasil entre 1822 e 1930 deu-se com a queda do império e da Primeira República, mas com a manutenção de uma estrutura social de desigualdade e com o domínio de uma classe social sobre as outras. Sendo assim, claro é que os principais beneficiados foram aqueles que tiveram capacidade econômica e poder político para absorver os efeitos das transformações sociais. 

Resposta da questão 18:
 [C]

Somente a alternativa [C] é correta. Com a implantação de medidas compensatórias (como programas de distribuição de renda) e com a estabilização da economia, o Brasil verificou nas últimas décadas uma diminuição do índice de desigualdade. O grande problema é que tal índice, ainda que seja menor, continua sendo um dos mais altos do mundo, correspondendo a uma situação paradoxal de desenvolvimento econômico e discrepância econômica entre as classes sociais. 

Resposta da questão 19:
 [C]

Todos os três autores (Caio Prado Junior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda) fazem análises do Brasil tendo em conta o seu processo de modernização. É possível identificar em todos uma crítica à retórica liberal e a defesa de instrumentos mais científicos para interpretar a sociedade brasileira. Não é por acaso que eles são considerados justamente os autores de transição de uma sociologia ensaísta para a sociologia científica no Brasil.  

Resposta da questão 20:
 [C]

Todas as afirmativas estão corretas, com exceção da IV. E herança escravista do Brasil pode ser percebida até hoje nas desigualdades sociais entre brancos e negros e no preconceito racial que é bastante presente. Não obstante essas características é inegável que o escravo tenha sido importante culturalmente para a constituição da nação, como se observa na língua, na religião e na culinária brasileira. 

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